"Contavam-lhes que o povo daquele país tivera um dia um imenso e belo tesouro e que alguém lho roubara. E que era um tesouro tão grande e tão valioso que, sem ele, não podiam ser felizes.
- Um tesouro?, perguntavam os visitantes muito surpreendidos.
- Sim, um tesouro… A liberdade.
- A liberdade? Um tesouro?
Os visitantes não queriam acreditar porque, nas suas terras, a liberdade era uma coisa comum, quase sem importância. Toda a gente era livre de fazer o que quisesse desde que não fizesse mal a ninguém, e isso era tão normal que as pessoas nem davam pela liberdade. Eram livres do mesmo modo que respiravam e ninguém dá conta de que respira, respira e pronto.
- Sim, a liberdade é como o ar que respiramos, diziam-lhes os seus novos amigos tristemente. Só quando nos falta, e sufocamos cheios de aflição, é que descobrimos que, sem ele, não podemos viver…
- E como pode alguém viver sem liberdade? Como é possível?"