"- Mas porque é que vocês não votam em governantes que acabam com todas essas coisas más e que vos restituam a vossa liberdade, o vosso tesouro?, estranhavam os visitantes.
- Porque nós também não podemos votar!
Era espantoso:
- Não podem votar? Então como escolhem os vossos governantes?
-Mas nós não escolhemos os nossos governantes…
-Então quem os escolhe?
- Ninguém sabe…
Quem ouvia estas coisas ficava muito inquieto e, subitamente, o seu coração enchia-se também de tristeza e de amargura. O Sol já não lhe parecia tão quente, nem o céu tão transparente e tão azul e, quando voltava à rua, olhava também em volta amedrontado, passando que podia estar a ser vigiado e seguido e temendo até que alguém pudesse ler os seus pensamentos e sair da sombra para o castigar por causa deles."
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